Publicado por Thiago Baltazar, em 27 março 2020, na Vogue
A prolongada convivência familiar que foi imposta pela pandemia de coronavírus no início deste ano já tem mostrado seu efeito colateral sobre a vida das mulheres. Dados da Polícia Militar do Paraná indicam aumento da violência doméstica já no primeiro final de semana da quarentena no estado. No Rio e em São Paulo o cenário é o mesmo.
“A violência contra a mulher é principalmente gerada por conflitos interpessoais. Como estamos passando por um período de pressão psicológica o problema tende a se intensificar”, diz a promotora de justiça Gabriela Manssur à Vogue.
Tanto a mulher quanto o homem veem sua liberdade de ir e vir tolhida durante a quarentena ao mesmo tempo em que a situação econômica vai se corroendo. Aliado a isso, a preocupação com os filhos, que estão em casa após o fechamento das escolas, coloca uma pressão extra sobre os casais, especialmente sobre a mãe.
“Se o relacionamento já é abusivo e se há histórico de troca de ofensas entre o casal os conflitos podem ganhar novas proporções levando à violência doméstica”, analisa Gabriela. “Mas a quarentena não é justificativa para agressão contra a mulher”, alerta.