O 7º encontro do Programa INW CONECTA trouxe como tema “Profissão: o que quero ser quando crescer?”. Para dialogar sobre o tema, foram convidados a Geovana Quadros, escritora e fundadora da plataforma Mulheres Inspiradoras; o Neylon Barboza, professor, cantor, master coach e palestrante; o Rodrigo Marques, advogado e coordenador da área trabalhista da NWADV em São Paulo e o professor Valtair Junior, instrutor de informática da Associação Despertar, de São Paulo.
Geovana conta sua trajetória até o Mulheres Inspiradores
Geovana, assim como a Dra. Anne Wilians, é do estado do Pará e lá iniciou sua carreira. Ela conta que sempre teve o sonho de atuar em comércio internacional, e recebeu oportunidade no setor aduaneiro, onde grande maioria da força de trabalho era masculina na época. Relata também a importância de sair da zona de conforto e não ceder àquelas pessoas que tentarão desmotivar o sonho de cada um. Ela brinca: “A gente sempre vai ter aquela tia Teresa, que acha que não vai dar certo. E quando ela vem me desmotivar, eu me agarro na seguinte frase: ‘Observe-me’”.
Para desenvolver sua carreira profissional, decidiu mudar-se para São Paulo aos 20 anos. Com muita determinação, passou por diversos setores industriais e na área de importação e, assim, teve a oportunidade que tanto queria de conhecer mais de 30 países por meio do seu trabalho. “Mas eu percebi que, quanto mais eu crescia na minha profissão, menos mulheres eu via nas negociações. E eu comecei a me perguntar o porquê de tão poucas. Sem contar os julgamentos relacionados à minha capacidade.”
Foi a partir dessa percepção que Geovana passou a estudar o cenário profissional das mulheres. Ela afirma que a questão de meritocracia não é válido, porque homens e mulheres saem de condições diferentes, já que ainda é comum que se atribua à mulher as responsabilidades dos filhos e do lar. Quanto à remuneração, ela explica a diferenciação existe desde a Revolução Industrial, quando mulher passaram a ser admitidas, mas como mão-de-obra barata. “As mulheres têm mais tempo médio de estudo que os homens e ganham, em média, menos que 30% que eles ocupando mesma função. Em países europeus há menos disparidade de homens e mulheres no mercado de trabalho. O Brasil está estagnado nesse critério desde 2011.”
Ela explica o conceito de viés de gênero, como quando as características de uma pessoa racional são atribuídas a um homem, e características de sensibilidade atribuídas a mulheres. Por isso, os cargos de liderança são mais comumente atribuídos aos homens. E foi assim que surgiu o Mulheres Inspiradoras, uma rede com mais de 400 mulheres líderes em diversos segmentos que se apoiam para que outras mulheres cresçam e recebam as oportunidades que merecem. Ela conclui sua fala com o seguinte conselho: “Quando você quer alguma coisa, é preciso acreditar. Se você acredita que vai haver muitas barreiras, você já não chegou. Mas se o seu pensamento é de ‘Me observe’, você estará numa mentalidade de crescimento. E assim você começa a abraçar os desafios.”
Professor Neylon explica como descobrir seu propósito
O professor Neylon inicia sua participação elevando o astral dos ouvintes com uma canção de sua autoria. Em seguida, explica como cada indivíduo pode encontrar seu propósito. “Para isso, é necessário o autoconhecimento. Então eu faço uma pergunta para vocês agora: ‘Qual o seu sonho?’, porque é ele o caminho que faz a gente crescer.”
“Queira querer sonhar”. Esse é o conselho que ele oferece para quem está passando por dificuldades, não desejando nada. Ele ainda completa que “quando eu estou diante de um grande desafio, eu imagino que aquilo é só uma página cinzenta, e então eu decidi ver o que está na outra página. E assim a dificuldades vão se transformando em desafios”. Como exemplo, compartilha o fato de ter sido desestimulado a tocar violão na juventude. Hoje, ele toca X instrumentos e chegou a se apresentar no
O professor conta sobre a Jornada Você Pode Mais, programa de formação em coach que desenvolveu, e explica quais são os 5 passos para trilhar o caminho até o propósito. O ponto de partida é ter um sonho e em definir uma data, assim ele se torna uma meta. Então, o primeiro passo é bloquear pensamentos negativos e alimentar a mente com boas leituras, programas de qualidade que contribuam com o sonho. Já o segundo passo é alimentar o corpo com uma atividade física diária, para que as ideias cheguem na fisiologia. O terceiro passo é a modelagem, se inspirando no que outras pessoas fizeram, o que é diferente de invejar. Ele recomenda: “É precisam discernir as vozes que nos inspiram”. O próximo passo é traçar o plano de ação, começando por transformações pequenas e conquistando senso de competência. E o quinto passo é a contribuição social, é usar aquilo se que ama em prol do que a sociedade precisa. Esses 5 passos compõem a mandala para a construção do propósito.
Rodrigo Marques compartilha informações do Direito Trabalhista
Rodrigo, advogado, compartilha parte da sua história. Conta que, filho de pescadores, desde pequeno ouvia de sua mãe: “Eu não tenho herança para te deixar, o que posso te oferecer é a educação”. Numa família de 22 primos, ele é o 2º com formação superior. O coordenador conta que sempre sonhou fazer direito, especialmente por ser uma forma de ajudar o próximo. Mas, quando iniciou sua graduação, foi desestimulado por ser uma pessoa muito tímida. Então, superou essa adversidade iniciando o estágio em um espaço onde conversava com muitas pessoas.
Atuando há 8 anos na NWADV, lembra como foi a trajetória. “Quando estava próximo da minha meta, eu chutava um pouquinho mais pra frente, para continuar correndo atrás. Mesmo sabendo que o caminho pode ser mais difícil, a gente ainda consegue chegar.”
Dra. Anne pergunta sobre carteira de trabalho e leis trabalhistas. O advogado explica que a solicitação do documento atualmente é menos burocrático, podendo ser feita neste site, sendo que todas as informações profissionais passam a ficar registradas de forma eletrônica.
Com relação ao direito do trabalho, ele menciona a importância de todo trabalhador saber quais são os seus direitos, como salário mínimo, jornada de trabalho, férias e rescisão de contrato. “Ter acesso aos direitos básicos e essenciais é de suma importância para que você não se sinta lesado e possa buscar a Justiça do Trabalho. Para isso, você não precisa estar acompanhado de um advogado. Há setores específicos dentro dos Tribunais Regionais do Trabalho com profissionais qualificados que farão a ação contra o empregador. Existe todo o amparo da Justiça e do Estado”. Ele lembra que faculdades de Direito também dispõem de setores específicos para realizar atendimentos gratuitos, auxiliando em ações trabalhistas ou esclarecendo dúvidas.
Valtair trás estratégias para escolha de carreira e profissão
O professor começa abordando aspectos que considera importante quando se pensa em carreira e profissão. Um deles é o fator financeiro, já que cada indivíduo tem diferentes objetivos financeiros e níveis de conforto que consideram ideal. Outro fator é a vocação, sendo cada indivíduo tem habilidades que podem ser levadas para o mundo do trabalho. Para isso recomenda o livro “Descubra seus pontos fortes”, de Donald Clifton. Ele traz também o aspecto social do trabalho, o fato da convivência profissional se transformar em amizades, inspirações e aprendizados. Mais um ponto é o reconhecimento entre colegas e hierarquias pelos resultados entregues.
Ele lembra que não existe o trabalho perfeito. “Sempre vai haver uma parte que é mais desafiadora, vai ser preciso respirar fundo e repor as energias para então continuar”. Também estimula os ouvintes quanto ao estudo para construção da carreira. “Eu vejo muita gente pulando de trabalho em trabalho para sobreviver, e a maioria da população está nesse grupo. A gente precisa quebrar isso e construir uma carreira, e a forma mais sólida é por meio dos estudos.”
Valtair reforça a importância do autoconhecimento para a construção da carreira. Para isso, faz uma provocação aos ouvintes: “Quando você vai montar um quebra-cabeça, qual o primeiro passo?”. Ele explica que é saber a imagem, porque sem o objetivo final não é possível começar, e o mesmo vale para os objetivos profissionais. A partir dessa ilustração, ele recomenda que os jovens busquem por cursos profissionalizantes e insistam em ingressar no ensino superior, mesmo que não consigam ser aprovados logo no primeiro ano que prestarem vestibular.
Este foi o 7º Encontro do Programa INW CONECTA, que reuniu ouvintes de organizações diversas. O INW agradece a participação dos convidados que se dedicaram a compartilhar suas trajetórias e conhecimentos em benefício do desenvolvimento de jovens e adolescentes de diversas cidades do país.