No dia 16 de junho foi realizado 2º Encontro do Programa INW CONECTA, que reúne jovens, adolescentes, profissionais de organizações sociais e da NWADV de diferentes regiões do País. O tema deste encontro foi Inteligência Emocional: Quem sou eu construindo minha história.
A conversa online reuniu mais de 180 convidados e foi mediada pelo William Ruiz, Pedagogo e Gerente do INW, que recebeu Dr. Nelson Wilians, Fundador e CEO do Grupo Nelson Wilians; o Pedro Cordier, Professor, PNL Master Coach e Psicoterapeuta, de Salvador-BA; a Jornalista e Empreendedora Priscila Anacleto, de Arapiraca-AL; e também a Professora Adriani Conceição, educadora da Associação Projov, em Santana do Parnaíba – SP.
Dr. Nelson Wilians começa contando sua inspiradora trajetória. “Eu venho de uma família humilde do norte do Paraná, meu pai era um pequeno agricultor e tinha pouco estudo. A minha história não é diferente de muitos de vocês”. Dr. Nelson conta que, na vida, existem os fatores que dependem e os que independem de nós. “A nossa família, o lugar onde nascemos, a nossa feição, por exemplo, independe de nós. Com estas questões, não faz sentido alimentarmos conflitos. Mas tem coisas que dependem de nós, como escolher estudar. Quanto mais rápido vocês assimilarem a importância do estudo, melhor será para vocês”.
Ele conta também que estudou em colégios públicos, e quando decidiu cursar o ensino superior, mudou-se para Bauru-SP. O pai havia informado que não conseguiria ajudar com os custos, mas ele foi em frente e buscou por um trabalho na cidade. E sempre evidencia a importância das relações na sua trajetória: “Tenha sempre bons relacionamentos e procure ser uma pessoa agradável. Não tenha ansiedade de mudar rapidamente de situação. A pressa às vezes nos leva a tomar decisões precipitadas, que podem gerar escolhas nem sempre tão sensatas”.
“Evite discussões, priorize o diálogo e seja bom ouvinte. Faça uma seleção de coisas que são boas e comece a focar nelas. Não beba de uma única fonte, busque uma pluralidade para ampliar seu repertório. Use a internet ao seu favor, tem uma gama de informação nela que pode te colocar à frente. Todos nós somos humanos, e às vezes as coisas dão errado. Nessas horas eu rio, porque a gente precisa lembrar que tudo o que é adverso também passa, e quando acontece algo ruim eu gosto de pensar: poderia ser pior”. Foram com falas inspiradoras que o CEO da NWADV encerrou sua participação no encontro.
Em seguida, Pedro Cordier explica o que é inteligência emocional: “a capacidade de entender nossas emoções e as dos outros, e como reagir a elas de modo consciente ou inconsciente”. Ele compartilha e explica quais são os pilares da inteligência emocional: autoconhecimento, autogestão, automotivação, empatia e relações interpessoais.
“O que eu amo fazer? O que eu sei fazer bem feito e com amor? O que eu faço tão bem feito que as pessoas me reconhecem por isso? Quais os impactos do que eu faço na minha vida, na do outro e no mundo?” Ele explica que, ao responder estas perguntas, cada um começa a encontrar seu propósito de vida, porque ele precisa transbordar para além da esfera do indivíduo.
Citando Rubem Alves, ao falar sobre escutatória, Pedro conta que “a falta da escuta é uma das maiores dificuldades hoje nos relacionamentos, e que escutar é também uma fonte de autoconhecimento. Se todos estão falando, quem está escutando?” Os pilares da escutatória são a conexão da escuta, o não julgamento e a intenção positiva. Com isso, o processo de compreensão torna-se mais generoso, a consciência individual fica ativada para aprender com o outro, sendo que a escutatória é uma prática diária que nos ensina e nos permite fazer melhores escolhas.
Adriani Conceição, educadora da Associação Projov conta que também vem de um histórico de muitas adversidades, mas que não foram suficientes para interromper os seus sonhos. Ela, que vem de uma família muito simples, foi mãe muito cedo, casou-se, mas não desistiu do sonho da graduação e de uma carreira profissional que pudesse, inclusive, oferecer melhor qualidade de vida para sua família.
Ela conta que “quando os jovens chegam no Projov faz-se uso de ferramentas para que eles tenham a percepção de que não são os únicos com problemas. As bagagens que eles trazem pra nós são grandes para a idade deles. Então, é muito importante começar com essa atividade intrapessoal. Depois se desenvolve o interpessoal, a relação entre ele e o colega. Nessas relações os colegas que estão ali começam a se observar, a ouvir o outro, trocar experiências e encontrar exemplo de superação”.
Ao falar sobre o desenvolvimento da inteligência emocional entre os alunos do Projov, ela explica que “Eles aprendem a desenvolver empatia, reconhecer cada emoção e buscar alternativas e soluções para ajudar colegas que tem uma dificuldade maior. E então, mais equilibrados, as perspectivas deles começam a mudar, eles percebem que podem sair de um ciclo vicioso. Nós não preparamos nossos alunos somente para uma vaga de trabalho, mas sim pra vida, para o mundo, para enfrentar as dificuldades. É muito recompensador, minha maior alegria é quando eles voltam para contar que conseguiram, é minha sensação de missão cumprida. Eu não me vejo sendo outra coisa, senão professora.”, conclui exaltando seu propósito de vida.
Em seguida, a Jornalista Priscila Anacleto compartilha sua trajetória igualmente inspiradora. Conta que desde cedo aprendeu a gerir suas emoções, principalmente por ser negra, mulher, pobre e do interior do estado do Alagoas. “Muitas vezes deixamo-nos influenciar pelo outro, ou pelo que ele pensa. E quando estamos em volta de pessoas assim, podemos nos deixar contaminar. Isso não quer dizer que a gente precisa se afastar delas, mas saber gerenciar estas as relações.”
“Quando eu era repórter de TV, estava em transição capilar, então preferi cortar ele muito curto. Só que, assim, eu não estava dentro dos padrões que esperavam para uma apresentadora. Eu recebi muitas críticas, mas também muitos elogios. E foi nos elogios que eu me apoiei para continuar, e soube que fui referência e inspiração para outras mulheres. Pra mim, desistir não é e nunca foi uma opção!”, ela conta.
E, mencionando a importância das relações interpessoais, ela conclui que “A comunicação não é só quando um fala e o outro escuta. Nós estamos vivendo de forma tão robótica que não estamos vivendo para observar o outro. Nós temos bagagens diferentes, o que tem peso para mim, não tem o mesmo peso pro outro. As falhas na comunicação acontecem quando a gente não percebe a emoção do outro.”
Este foi mais um, de uma série de 8 Encontros, do INW CONECTA. O Instituto agradece a disponibilidade dos convidados em compartilhar sua sabedoria, estratégias de resiliência e suas trajetórias até aqui. Agradece também os mais de 180 ouvintes que se reuniram remotamente para aprender estes especialistas.