Publicado em 02 de agosto de 2020 na Globo Notícias | Fantástico
O Fantástico faz uma denúncia: uma nova história de um líder espiritual acusado de abusar sexualmente de mulheres. Dessa vez, na Bahia.
Para manter as vítimas presas à rotina de exploração, o guru recorria a técnicas de manipulação psicológica, popularmente conhecidas como “lavagem cerebral”.
O acusado é o engenheiro Jair Tércio Cunha Costa, de 63 anos de idade, ex-grão-mestre de uma loja maçônica na Bahia. Jair Tércio desenvolveu uma doutrina pedagógica que é estudada em retiros espirituais promovidos por ele toda semana.
Mulheres que foram vítimas dele tomaram coragem e jogaram luz em um passo de violência sexual. Tatiana, uma delas, foi a primeira a denunciar a opressão que diz ter sofrido entre 2002 e 2014. Segundo ela, o que vivia era uma rotina de estupros.
“Ele sempre se coloca nesse lugar de iluminado: reencarnação de Moisés e Jesus Cristo. Ele dizia que eu era uma mulher que tinha que apanhar do marido. Todo tempo um terrorismo psicológico, uma ameaça de retaliação espiritual... Porque ele nunca diz que ele vai fazer, ele diz que a espiritualidade vai resolver, a espiritualidade vai te cobrar porque você teve a chance de viver perto de um iluminado e não aceitou”
Ela diz que, ao resolver se desligar da organização, sofreu ameaças anônimas, se mudou de cidade. Até que encontrou uma rede de apoio à mulher criada agora na pandemia: o Justiceiras.
A promotora ouviu a história da Tatiana e de outras 13 mulheres que frequentavam a seita de Jair Tércio. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público da Bahia.
O Fantástico ouviu o advogado de Jair Tércio: “Ele afirma que, por ser uma pessoa solteira, um homem solteiro, ele teve alguns relacionamentos amorosos, mas que em nenhum momento houve qualquer tipo de violência, seja psicológica ou física, a ensejar qualquer tipo de crime de estupro ou importunação nesse sentido”.